Ex-presidente foi diagnosticado com câncer de próstata avançado, com metástase nos ossos
20 mai
2025
– 13h21
(atualizado às 13h44)
Resumo
Livro revela que Joe Biden, ex-presidente dos EUA, escondeu a piora de sua saúde, incluindo um câncer avançado, para disputar a reeleição em 2024, decisão descrita como imprudente e prejudicial ao seu legado.
Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos, escondeu o declínio da própria saúde para poder disputar a reeleição nos EUA no ano passado, segundo o livro Original Sin (em português, Pecado Original) lançado nesta terça-feira, 20, pelos jornalistas Jake Tapper e Alex Thompson.
A obra foi lançada dois dias depois de o gabinete do político ter revelado que o político de 82 anos foi diagnosticado com câncer de próstata avançado (grau 5), com metástase nos ossos. “Embora isso represente uma forma mais agressiva da doença, o câncer parece ser sensível aos hormônios, o que permite um cuidado efetivo”, completou a nota.
O livro traz entrevistas com mais de 200 pessoas, incluindo membros da Casa Branca, do Congresso e doadores da campanha do Partido Democrata. “Concorrer à reeleição foi uma decisão desastrosa e destruiu um legado honroso e significativo”, contou Larry Jacobs, diretor do Centro de Estudos de Política e Governança da Universidade de Minnesota.
De acordo com o The Guardian, entre os exemplos do declínio da saúde de Biden no último ano estão a perda da linha de raciocínio, a dificuldade para lembrar nomes, discursos incoerentes e dificuldades com tarefas físicas.
“No particular, foi pior”
Nos bastidores, cogitou-se a possibilidade de que o ex-presidente usasse cadeira de rodas caso fosse reeleito. “O que o público viu de seu funcionamento foi preocupante. O que estava ocorrendo no particular foi pior”, continuou Jacobs.
Os autores chamam de “decisão imprudente” a tentativa de Biden de participar da corrida presidencial em 2024, a qual também é descrita por amigos próximos do político como um “engano público prolongado”.
“Tentamos protegê-lo”
Os jornalistas complementam que houve um esforço deliberado da equipe próxima e dos aliados de Biden para esconder a piora de sua saúde. “Tentamos protegê-lo de sua própria equipe, de modo que muitas pessoas não perceberam o tamanho do declínio a partir de 2023”, disse um assessor anônimo.
O ex-presidente só desistiu de disputar a reeleição pelo Partido Democrata no dia 21 de julho de 2024, pouco menos de 120 dias da votação, que ocorreu no dia 5 de novembro. Na época, ele também declarou apoio para a vice-presidente Kamala Harris, que se tornou a candidata indicada do Partido Democrata, mas acabou perdendo para Donald Trump.