Candidato de centro tem leve vantagem sobre nome da extrema-direita na disputa presidencial da Romênia

Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





O prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, que é de centro, conseguiu uma leve vantagem sobre o eurocético de extrema-direita George Simion, segundo uma pesquisa de opinião realizada nesta sexta-feira, antes do segundo turno da eleição presidencial romena de domingo, vista como um teste da ascensão do nacionalismo ao estilo de Donald Trump na União Europeia.

Simion, que se opõe à ajuda militar à vizinha Ucrânia e critica a liderança da UE, venceu de forma decisiva o primeiro turno da eleição presidencial de 4 de maio, desencadeando a queda de um governo de coalizão pró-ocidental que levou a uma saída significativa de capital.

Uma vitória de Simion no segundo turno de domingo poderia isolar a Romênia, corroer o investimento privado e desestabilizar o flanco oriental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo diplomatas e analistas.

Dan, que se comprometeu a combater a corrupção, é firmemente a favor da UE e da Otan, e disse que o apoio da Romênia à Ucrânia é vital para sua própria segurança contra a crescente ameaça russa.

A pesquisa da AtlasIntel, encomendada pelo site de notícias local HotNews.ro, mostrou que Dan obteria 48,7% dos votos, contra 47,8% de Simion. Já 1,8% dos entrevistados disseram que anulariam seu voto, enquanto outros 1,7% eleitores estavam indecisos.

A pesquisa com 5.628 pessoas, realizada de 13 a 15 de maio, teve uma margem de erro de 1%, o que sugere uma disputa muito acirrada. Mais importante ainda, a pesquisa incluiu o considerável voto da diáspora, que apoiou fortemente Simion no primeiro turno.

A votação na diáspora já começou e cerca de 180.000 romenos já votaram, quase o dobro do comparecimento a essa altura no primeiro turno. Uma pesquisa da AtlasIntel no início desta semana mostrou Dan e Simion empatados.

MUDANÇA PARA A RÚSSIA

A Romênia parecia pronta para se aproximar de Moscou depois que o novato Calin Georgescu, de extrema-direita, venceu o primeiro turno da eleição presidencial em novembro. Mas o tribunal superior do país cancelou a eleição devido a suspeitas de interferência russa, o que foi negado por Moscou.

Simion, que ficou em quarto lugar na votação cancelada, apoiou Georgescu — que foi proibido de se candidatar novamente — e tornou-se seu substituto. Ele disse que nomearia Georgescu como primeiro-ministro.

Na noite desta sexta-feira, Georgescu disse à estação de televisão privada Realitatea que queria o cargo e sugeriu uma abertura em relação à Rússia.

“Temos um plano muito detalhado para recuperar tudo o que a UE nos deve”, disse ele, ao lado de Simion. “Vamos dobrar, triplicar a absorção de fundos (da UE).”

“Você precisa se dar bem com as grandes potências. Os Estados Unidos são os primeiros, o principal parceiro em tudo. Mas além disso… temos a China, a Rússia, o Brasil. É … inimaginável ter relações antagônicas; é preciso ter relações baseadas em um mínimo de respeito.”

Georgescu, que diz ser favorável a nacionalizações e tratamento preferencial para empresas romenas, está sob investigação criminal sob a acusação de pertencer a um grupo fascista e de irregularidades no financiamento de campanhas.



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