Depois de anos a fio acompanhando o agito da Croisette como repórter e crítico, Kleber exibiu por lá em 2005, o curta “Vinil Verde”, na Quinzena de Cineastas. Onze anos depois, estreou na briga pela Palma dourada de longas com “Aquarius” (2016), embalado por polêmicas políticas acerca do Impeachment de Dilma Rousseff – contra o qual ele reagiu com um protesto coletivo, ostentando cartazes improvisados em folhas de A4 que diziam “Golpe de Estado no Brasil”. Na ocasião, ele já era tratado como uma promessa pela crítica europeia pelo sucesso internacional de “O Som ao Redor” (2012), que inaugurou sua travessia nas telas no Festival de Roterdã, na Holanda. Agora, em seu regresso, Kleber revive a ditadura militar ao narrar a mudança na rotina de Marcelo, um especialista em tecnologia (vivido por Wagner) que foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz. Ele logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.