Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad
Após as declarações do presidente americano, o Kremlin negou que Trump tenha dado um “ultimatum” para o cessar-fogo na Ucrânia.
“Não, eles não falaram sobre isso, embora Trump naturalmente enfatize seu interesse em chegar a este ou aquele acordo o mais rápido possível”, afirmou o conselheiro presidencial russo, Yuri Ushakov, citado pela Interfax.
Segundo Ushakov, os dois líderes discutiram relações bilaterais entre EUA e Rússia, sendo que ambos se declararam “a favor de uma normalização dessas relações”. .
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Quando a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) iniciou a construção de sua fábrica no Arizona, muitos viram isso como um passo ousado para recuperar a liderança dos Estados Unidos na fabricação de semicondutores. No entanto, à medida que o projeto avança, torna-se evidente que estabelecer a produção de chips em solo americano é mais complexo do que simplesmente erguer instalações e ligar máquinas.
Quando a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) iniciou a construção de sua fábrica no Arizona, muitos viram isso como um passo ousado para recuperar a liderança dos Estados Unidos na fabricação de semicondutores. No entanto, à medida que o projeto avança, torna-se evidente que estabelecer a produção de chips em solo americano é mais complexo do que simplesmente erguer instalações e ligar máquinas.
Thiago de Aragão, analista político
A iniciativa da TSMC em Phoenix foi concebida como parte fundamental do CHIPS and Science Act — um esforço federal de US$ 280 bilhões para revitalizar a fabricação de chips nos Estados Unidos. Apesar dos subsídios bilionários e do entusiasmo político, o projeto enfrenta atrasos, conflitos culturais e disputas trabalhistas.
Originalmente prevista para iniciar a produção em 2024, a fábrica no Arizona teve sua operação adiada para 2025, alegando escassez de mão de obra qualificada e a obstáculos regulatórios. Os EUA carecem da base sólida de engenheiros e técnicos em semicondutores que Taiwan desenvolveu ao longo de décadas. A TSMC precisou trazer trabalhadores de Taiwan para treinar a equipe americana, medida que gerou tensões com sindicatos locais e questionamentos sobre a viabilidade a longo prazo do projeto.
Além da lacuna de habilidades, a empreitada da TSMC no Arizona expôs diferenças marcantes na cultura de trabalho. Relatos indicam que funcionários americanos foram submetidos a padrões mais rigorosos do que seus colegas taiwaneses, resultando em alegações de discriminação e ações judiciais. O estilo de gestão da empresa, descrito por alguns como “severo” e “exigente”, conflita com as expectativas laborais americanas, complicando ainda mais a implementação do projeto.
Produzir chips nos EUA não é apenas um desafio logístico — é também econômico. A instalação da TSMC no Arizona registrou perdas significativas, com um déficit de aproximadamente US$ 441 milhões em 2024. Embora os custos trabalhistas contribuam, a maioria das despesas decorre de equipamentos e infraestrutura. Mesmo com automação e escalabilidade, estima-se que os chips fabricados nos EUA sejam cerca de 10% mais caros do que os produzidos em Taiwan.
Apesar dos contratempos, há sinais de progresso. A fábrica da TSMC no Arizona alcançou um rendimento 4% superior ao de suas instalações em Taiwan, um marco significativo que sugere o potencial competitivo da produção de chips nos EUA. Esse sucesso pode abrir caminho para novos investimentos e expansões, desde que os problemas subjacentes sejam resolvidos.
A experiência da TSMC no Arizona destaca as complexidades de repatriar a fabricação de semicondutores. Não se trata apenas de construir fábricas; é necessário desenvolver ecossistemas — força de trabalho, cadeias de suprimentos e culturas — que sustentem a produção de alta tecnologia. Sem um esforço coordenado para formar talentos domésticos e reconciliar diferenças culturais, o sonho de independência americana na produção de chips pode permanecer inalcançável.
À medida que os EUA enfrentam esse terreno desafiador, é imperativo reconhecer que trazer a fabricação de chips para casa é uma maratona, não uma corrida. O caminho adiante exigirá paciência, investimento e disposição para se adaptar. Só então o país poderá transformar o mito do silício em uma realidade tangível.
A Nova Guerra Fria Tecnológica: Estados Unidos, China e o Papel Estratégico de Taiwan
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Declaração foi feita por Trump após ligação com Putin
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacou nesta segunda-feira (19) que o Vaticano, representado pelo papa Leão XIV, “estaria interessado em sediar as negociações” de paz entre Rússia e Ucrânia. A declaração, no Truth, ocorre após sua conversa de mais de duas horas com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin.
“Moscou e Kiev darão início imediato às negociações para um cessar-fogo e para o fim da guerra”, anunciou Trump em sua rede social, acrescentando que sua conversa com Putin “foi muito boa”.
“Já informei o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o presidente da França, Emmanuel Macron; a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz; o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, durante ligação comigo logo logo após meu telefonema com o presidente Putin”, avisou Trump.
Em nota, o Palácio Chiggi confirmou que Meloni conversou com o republicano em uma ligação conjunta com os líderes citados, explicando que “se trabalha para o início imediato das negociações entre as partes para que leve a um cessar-fogo o mais rápido possível e crie condições para uma paz justa e duradoura na Ucrânia”.
Assim como Trump, que lembrou a disponibilidade do Vaticano em sediar as tratativas de paz entre Moscou e Kiev, o governo italiano informou que os líderes avaliaram a atitude do papa Leão XIV como “positiva” .
“A Itália está pronta para fazer a sua parte para facilitar os contatos e trabalhar pela paz”, finalizou o comunicado do Palácio Chiggi.
Já o mandatário americano esclareceu ainda que as condições para o fim da guerra, que já dura mais de três anos, “serão negociadas entre as partes”, já que “elas conhecem detalhes de uma negociação dos quais ninguém mais teria conhecimento”.
“A Rússia quer fazer comércio em larga escala com os EUA quando este banho de sangue catastrófico terminar, e eu concordo. Há uma tremenda oportunidade para a Rússia criar muitos empregos e riqueza. Seu potencial é ilimitado”, disse Trump, acrescentando que “da mesma forma, a Ucrânia pode ser uma grande beneficiária do comércio, no processo de reconstrução do seu país”.
Após as declarações do presidente americano, o Kremlin negou que Trump tenha dado um “ultimatum” para o cessar-fogo na Ucrânia.
“Não, eles não falaram sobre isso, embora Trump naturalmente enfatize seu interesse em chegar a este ou aquele acordo o mais rápido possível”, afirmou o conselheiro presidencial russo, Yuri Ushakov, citado pela Interfax.
Segundo Ushakov, os dois líderes discutiram relações bilaterais entre EUA e Rússia, sendo que ambos se declararam “a favor de uma normalização dessas relações”. .
Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad
19 mai 2025 – 14h06
(atualizado às 14h23)
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, após conversar por telefone por mais de duas horas com seu homólogo americano, Donald Trump, nesta segunda-feira, (19) definiu o diálogo entre eles como “significativo, franco e muito útil”.
Além disso, segundo as agências de notícias russas, Putin agradeceu a Casa Branca por sua intermediação na guerra contra a Ucrânia e revelou que o líder de Washington expressou seu posicionamento sobre o cessar-fogo.
De acordo com a Interfax, o líder de Moscou disse ao mandatário americano que ?a coisa mais importante para a Rússia é eliminar as causas de fundo? do conflito ucraniano.
?Rússia e Ucrânia devem demonstrar a máxima vontade de alcançar a paz e encontrar compromissos que sejam bons para ambos os lados?, falou Putin, citado pela Tass.
Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad
Fontes disseram à BBC que esquadrões do SAS contavam o número de mortes para competir entre si
Foto: BBC News Brasil
Ex-membros das Forças Especiais do Reino Unido romperam anos de silêncio para revelar ao programa Panorama, da BBC, ter testemunhado supostos crimes de guerra cometidos por colegas no Iraque e no Afeganistão.
Ao compartilhar seus relatos publicamente pela primeira vez, os veteranos contaram ter visto membros do Serviço Aéreo Especial (SAS, na sigla em inglês) assassinarem pessoas desarmadas enquanto dormiam e executarem detentos algemados, inclusive crianças.
“Eles algemaram um menino e atiraram nele”, lembrou um veterano que serviu no SAS no Afeganistão. ”Ele era claramente uma criança, não estava nem perto da idade de combate.”
O assassinato de detentos “virou rotina”, afirmou o veterano. “Eles revistavam a pessoa, algemavam e depois atiravam nela”, antes de cortar as algemas de plástico usadas para conter a pessoa e “plantar uma pistola” ao lado do corpo, acrescentou ele.
Os novos testemunhos incluem denúncias de crimes de guerra que se estendem por mais de uma década, muito mais do que os três anos que estão sendo investigados atualmente por um inquérito público conduzido por um juiz no Reino Unido.
O SBS, regimento de forças especiais de elite da Marinha Real, também está implicado pela primeira vez nas acusações mais graves — execuções de pessoas desarmadas e feridas.
Um veterano que serviu no SBS disse que algumas tropas tinham uma “mentalidade de rebanho”, descrevendo seu comportamento nas operações como “bárbaro”.
“Vi os caras mais tranquilos se transformarem, mostrarem traços psicopáticos graves”, afirmou. “Eles não respeitavam a lei. E se sentiam intocáveis.”
As Forças Especiais foram enviadas ao Afeganistão para proteger as tropas britânicas dos combatentes do Talebã e fabricantes de bombas. O conflito foi mortal para os membros das Forças Armadas do Reino Unido — 457 morreram e milhares de outros ficaram feridos.
Questionado pela BBC sobre os novos testemunhos, o Ministério da Defesa afirmou que estava “totalmente comprometido” em apoiar o inquérito público em andamento sobre os supostos crimes de guerra, e que pedia a todos os veteranos com informações relevantes que se apresentassem. E disse que “não é apropriado que o Ministério da Defesa comente sobre alegações” que possam estar no escopo do inquérito.
‘Assassinos psicóticos’ no regimento
Os testemunhos oculares oferecem o relato público mais detalhado dos assassinatos até o momento, por parte de ex-membros das Forças Especiais do Reino Unido, que engloba o SAS, o SBS e vários regimentos de apoio.
Os relatos, de mais de 30 pessoas que serviram nas ou ao lado das Forças Especiais do Reino Unido, se somam a anos de reportagens do programa Panorama, da BBC, sobre acusações de execuções extrajudiciais pelo SAS.
O Panorama também pode revelar, pela primeira vez, que o então primeiro-ministro David Cameron foi avisado repetidamente durante seu mandato que as Forças Especiais do Reino Unido estavam matando civis no Afeganistão.
Falando sob condição de anonimato devido a um código de silêncio que existe em torno das operações das forças especiais, as testemunhas disseram à BBC que as leis da guerra estavam sendo regularmente e intencionalmente violadas pelos regimentos de elite do país durante operações no Iraque e no Afeganistão.
Essas leis determinam que, em tais operações, pessoas só podem ser mortas deliberadamente quando representam uma ameaça direta à vida das tropas britânicas ou de terceiros. Mas os membros do SAS e do SBS estavam criando suas próprias regras, de acordo com as testemunhas oculares.
“Se um alvo tivesse aparecido na lista duas ou três vezes antes, entrávamos com a intenção de matá-lo, não havia nenhuma tentativa de capturá-lo”, afirmou um veterano que serviu no SAS, referindo-se a pessoas que já haviam sido capturadas anteriormente, interrogadas e depois libertadas.
“Às vezes, verificávamos se tínhamos identificado o alvo, confirmávamos sua identidade, e atirávamos nele”, ele acrescentou. “Muitas vezes, o esquadrão simplesmente ia lá e matava todos os homens que encontrava.”
Uma testemunha que serviu no SAS disse que matar podia se tornar “algo viciante”, e que alguns membros do regimento de elite estavam “intoxicados por esse sentimento” no Afeganistão. Havia “muitos assassinos psicóticos”, segundo ele.
O então primeiro-ministro britânico David Cameron (à direita) teria sido informado pelo então presidente afegão Hamid Karzai (à esquerda) sobre as alegações de assassinatos de civis, conforme apurou a reportagem da BBC
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
“Em algumas operações, a tropa entrava em prédios do tipo hospedaria e matava todo mundo lá”, ele disse. “Eles entravam e atiravam em todos que estavam dormindo lá, logo na entrada. Não se justifica matar pessoas dormindo.”
Um veterano que serviu no SBS contou à BBC que, depois de controlar uma área, as equipes de assalto varriam a área atirando em qualquer pessoa que estivesse no chão, verificando os corpos e matando qualquer um que estivesse vivo. “Isso era esperado, não era algo escondido. Todos sabiam”, ele afirmou.
Matar intencionalmente pessoas feridas que não representam uma ameaça seria uma clara violação do direito internacional. Mas o veterano do SBS disse ao programa Panorama que os feridos eram rotineiramente mortos. Ele descreveu uma operação durante a qual um médico estava atendendo alguém que havia sido baleado, mas ainda respirava. “Então, um dos nossos caras se aproximou dele. Houve um estrondo. Ele havia levado um tiro na cabeça à queima-roupa”, contou.
Os assassinatos foram “completamente desnecessários”, ele acrescentou. “Não são mortes por misericórdia. São assassinatos.”
Membros mais novos das equipes de assalto foram instruídos por operadores mais experientes do SAS a matar detentos homens, de acordo com o depoimento, usando instruções como “ele não vai voltar para a base com a gente” ou “este detento, certifique-se de que ele não saia do alvo”.
Os detidos eram pessoas que haviam se rendido, sido revistadas pelas forças especiais e, em geral, estavam algemadas. As leis britânicas e internacionais proíbem as tropas de matar deliberadamente civis desarmados ou prisioneiros de guerra.
Um ex-operador do SAS também contou ter tomado conhecimento de uma operação no Iraque na qual uma pessoa foi executada.
“Ficou bastante claro, pelo que pude perceber, que ele não representava nenhuma ameaça, nem estava armado. É vergonhoso. Não há profissionalismo nisso”, declarou o ex-operador. O assassinato nunca foi devidamente investigado, segundo ele. De acordo com o veterano do SAS, o problema começou muito antes de o regimento ser enviado para o Afeganistão, e “os altos comandantes sabiam disso”.
Um veterano do SAS disse que matar pode ser ‘algo viciante’
Foto: BBC News Brasil
Os testemunhos, assim como as novas evidências em vídeo obtidas pela BBC das operações do SAS no Iraque em 2006, também corroboram reportagens anteriores do programa Panorama de que os esquadrões do SAS contavam o número de mortes para competir entre si.
Fontes disseram à BBC que alguns membros do SAS mantinham suas próprias contagens individuais, e que um operador matou pessoalmente dezenas de pessoas em uma temporada de seis meses no Afeganistão.
“Parecia que ele estava tentando matar em todas as operações, todas as noites alguém era morto”, disse um ex-colega. O operador era “conhecido no esquadrão, ele realmente parecia um psicopata”, acrescentou.
Em um incidente que, segundo fontes, se tornou infame dentro do SAS, o operador supostamente cortou a garganta de um afegão ferido depois de dizer a um oficial para não atirar nele novamente. Era “porque ele queria acabar com o ferido com a própria faca”, afirmou outro ex-colega. “Ele queria ensanguentar a faca”.
O conhecimento dos supostos crimes não se limitava a pequenas equipes ou esquadrões individuais, de acordo com os testemunhos. Dentro da estrutura de comando das Forças Especiais do Reino Unido, “todos sabiam” o que estava acontecendo, de acordo com um veterano.
“Não estou tirando a responsabilidade pessoal, mas todos sabiam”, ele disse. “Havia uma aprovação implícita em relação ao que estava acontecendo.”
Para evitar o escrutínio dos assassinatos, segundo testemunhas oculares, membros do SAS e do SBS plantavam armas ao lado dos corpos dos mortos, para dar a impressão de que estavam armados nas fotos tiradas rotineiramente pelas equipes das forças especiais no local.
“Havia uma granada falsa que eles levavam para o alvo, mas que não detonava”, contou um ex-operador do SAS. Outro veterano disse que os operadores carregavam fuzis AK-47 com extremidade dobrável porque eram mais fáceis de colocar nas mochilas, e “mais fáceis de levar para um alvo e plantar perto de um corpo”.
Relatórios eram ‘ficção’
Os oficiais ajudariam então a falsificar relatórios pós-operacionais para evitar o escrutínio das ações das equipes de assalto em campo, de acordo com os testemunhos.
“Nós sabíamos como redigir os relatórios de incidentes graves para que não levassem a um encaminhamento para a polícia militar”, disse um dos veteranos.
“Se parecesse que um tiroteio poderia representar uma violação das regras de conflito, você receberia um telefonema do consultor jurídico ou de um dos oficiais da equipe na base. Eles pegavam você, e te ajudavam a esclarecer a linguagem. “Você se lembra de alguém fazendo um movimento repentino?” ‘Ah, sim, agora me lembro’. Esse tipo de coisa. Era inerente à nossa maneira de operar”.
Os relatórios eram “uma ficção”, afirmou outro veterano das Forças Especiais do Reino Unido.
Um oficial de inteligência que trabalhou com o SBS descreveu relatórios que diziam que eles haviam sido pegos no meio de um tiroteio, enquanto as fotos mostravam corpos com “vários tiros na cabeça”.
A papelada falsificada podia ajudar a evitar uma investigação da Polícia Militar Real, mas as operações das Forças Especiais britânicas geraram grande preocupação por parte dos comandantes afegãos e das autoridades do governo afegão.
David Cameron — que fez sete visitas ao Afeganistão como primeiro-ministro entre junho de 2010 e novembro de 2013, período que agora está sendo investigado pelo inquérito público do SAS — foi repetidamente informado das preocupações pelo então presidente afegão Hamid Karzai, de acordo com várias pessoas que participaram das reuniões.
Karzai “mencionou esta questão de forma consistente e repetidamente”, afirmou Rangin Dadfar Spanta, ex-conselheiro de segurança nacional afegão, ao programa Panorama. Ele disse que Cameron não poderia ter ficado com dúvidas de que havia alegações de que civis, inclusive crianças, estavam sendo mortos durante as operações realizadas pelas Forças Especiais do Reino Unido.
Bruce Houlder, ex-diretor da promotoria pública, disse que esperava que o inquérito investigasse o que Cameron sabia
Foto: BBC News Brasil
O presidente afegão foi “tão consistente em suas reclamações sobre ataques noturnos, mortes de civis e detenções que nenhum diplomata ou líder militar ocidental de alto escalão teria deixado passar o fato de que isso era um grande incômodo para ele”, afirmou o general Douglas Lute, ex-embaixador dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Lute disse que teria sido “extraordinariamente incomum se houvesse uma reclamação contra as forças britânicas da qual a cadeia de comando britânica não estivesse ciente”.
Um porta-voz de Cameron afirmou ao programa Panorama que “até onde Cameron se lembrava”, as questões levantadas pelo presidente Karzai eram sobre as forças da Otan em geral, e que “incidentes específicos em relação às Forças Especiais do Reino Unido não foram levantados”.
O porta-voz também disse que era “correto aguardarmos as conclusões oficiais do inquérito”, acrescentando que “qualquer sugestão de que Cameron conspirou para encobrir alegações de irregularidades criminais graves é totalmente absurda”.
Diferentemente de muitos outros países, incluindo os EUA e a França, o Reino Unido não conta com supervisão parlamentar de seus regimentos de forças especiais de elite. A responsabilidade estratégica por suas ações cabe, em última instância, ao primeiro-ministro, junto ao secretário de Defesa e o chefe das forças especiais.
Bruce Houlder — ex-diretor da promotoria pública responsável por apresentar acusações e processar aqueles que servem nas Forças Armadas — disse ao programa Panorama que esperava que o inquérito público investigasse a extensão do conhecimento de Cameron sobre supostas mortes de civis em operações das Forças Especiais britânicas.
“É preciso saber até onde vai a podridão”, afirmou Houlder.
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Fávaro previu que, após os 28 dias, os países que restringem a compra de frangos de todo o Brasil – como China e União Europeia – devem reduzir essa limitação apenas ao Rio Grande do Sul, ou só a Montenegro (RS), onde o caso foi registrado. “E aí, gradativamente, voltamos à normalidade”, disse o ministro.
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19 mai 2025 – 14h24
(atualizado às 14h59)
O presidente russo, Vladimir Putin, após uma ligação com o presidente dos EUA, Donald Trump, nesta segunda-feira, disse que os esforços para acabar com a guerra na Ucrânia estavam no caminho certo e que Moscou está pronta para trabalhar com a Ucrânia em um memorando sobre um futuro acordo de paz.
Putin agradeceu a Trump por apoiar a retomada das conversações diretas entre Moscou e Kiev, e disse que Trump notou o apoio da Rússia à paz, embora a questão-chave fosse como avançar em direção à paz.
“Concordamos com o presidente dos Estados Unidos que a Rússia proporá e está pronta para trabalhar com o lado ucraniano em um memorando sobre um possível futuro acordo de paz, definindo uma série de posições, como, por exemplo, os princípios do acordo, o momento de um possível acordo de paz”, disse Putin a repórteres perto do resort de Sochi, no Mar Negro.
Ele disse que, como parte desse trabalho, os dois países teriam que definir um possível cessar-fogo, incluindo seu cronograma. A Ucrânia, seus aliados europeus e os Estados Unidos pediram a Putin que aceitasse um cessar-fogo imediato e incondicional com duração de pelo menos 30 dias.
Putin acrescentou que a realização de conversações diretas entre a Rússia e a Ucrânia “dá motivos para acreditar que estamos, em geral, no caminho certo”.
“Gostaria de observar que, de modo geral, a posição da Rússia é clara. O principal para nós é eliminar as causas fundamentais dessa crise”, disse Putin. “Só precisamos determinar as formas mais eficazes de avançar em direção à paz.”
Os líderes europeus dizem que Putin não está sendo sério sobre a paz, embora temam que Trump e ele possam forçar um acordo de paz punitivo a Kiev que deixará a Ucrânia essencialmente despojada de um quinto de seu território e sem uma forte garantia de segurança contra um possível ataque futuro da Rússia.
O ex-presidente dos EUA Joe Biden, os líderes da Europa Ocidental e a Ucrânia classificaram a invasão russa como uma apropriação de terras no estilo imperial e prometeram repetidamente derrotar as forças russas que, segundo eles, poderiam um dia atacar a Otan, uma alegação negada por Moscou.
Putin apresenta a guerra como um momento decisivo nas relações de Moscou com o Ocidente, que, segundo ele, humilhou a Rússia após o colapso da União Soviética em 1991, ampliando a Otan e invadindo o que ele considera a esfera de influência de Moscou, incluindo a Ucrânia.