Cidade italiana toca sinos após nascimento de 1º bebê em 10 anos

Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





‘Libero’ foi recebido com alegria por comunidade de Montemitro

15 mai
2025
– 15h04

(atualizado às 15h50)

–  A cidade italiana de Montemitro, um pequeno vilarejo em Molise com apenas 200 habitantes, tocou os sinos para anunciar um feliz acontecimento: dar boas-vindas ao primeiro bebê nascido no território após 10 anos de espera.

Trata-se de Libero, cujo nascimento foi recebido com alegria por toda a comunidade, também graças à história dos pais do pequeno: Emanuela retornou à sua cidade natal depois de muitos anos em Brescia, e começou um relacionamento com Rocco, seu amigo de infância, que mais tarde se tornou seu marido.

Os dois, após se casarem em uma cerimônia que contou com a presença de toda a cidade, decidiram reabrir um açougue e constituir uma família.

O primogênito deles nasceu na última terça-feira (13), coincidindo com o aniversário de 40 anos da mãe. As mulheres idosas do vilarejo estão ocupadas preparando o enxoval do bebê, feito à mão com algumas peças tecidas em um tear antigo que ainda está funcionando.

Montemitro é uma cidade com uma minoria linguística croata que, juntamente com outras cidades do interior, está passando por uma grave crise demográfica: nos últimos 40 anos, a população caiu pela metade.

Essa é a triste tendência em Molise, que perdeu cerca de 32 mil habitantes desde 2001 devido às baixas taxas de natalidade, ao saldo migratório negativo e a um sistema econômico em dificuldades.

Para Emanuela, a escolha de voltar a viver em Molise foi um ponto de virada em sua vida. “Estou de volta há cerca de três anos”, disse ela à ANSA.

“Em Montemitro, existe uma verdadeira comunidade. Você nunca está sozinho. Na cidade, pelo contrário, onde vivi por muitos anos, há muita solidão. Meu marido e eu queremos ficar em nosso vilarejo, é preciso coragem, mas estamos dando tudo de nós”, acrescentou.

Segundo a italiana, “este lugar tem muito potencial”. O casal reabriu o açougue com muita dificuldade, mas algo está se movendo. Um jovem, inclusive, abriu uma hospedagem, no estilo airbnb, e alguns estrangeiros estão indo para comprar uma casa.

No ano passado, israelenses, ingleses e até um norueguês compraram residências. Muitos emigrantes estão retornando. “Esta aldeia faz você sentir saudades de casa porque é bom viver em uma comunidade aqui, onde trabalhamos juntos. Não temos intenção de nos mudar, nossa vida é aqui”, concluiu. 



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