Em discurso para diplomatas, papa Leão XIV pede “respeito à dignidade dos migrantes”

Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





Em seu primeiro discurso para diplomatas de todo o mundo, nesta sexta-feira (16), no Vaticano, o papa Leão XIV afirmou que a dignidade dos migrantes deve ser respeitada e pediu aos países que interrompam a produção de armas, priorizando os esforços de paz.

Em seu primeiro discurso para diplomatas de todo o mundo, nesta sexta-feira (16), no Vaticano, o papa Leão XIV afirmou que a dignidade dos migrantes deve ser respeitada e pediu aos países que interrompam a produção de armas, priorizando os esforços de paz. 




Papa Leão XIV posa para fotos durante reunião com diplomatas mundiais no Vaticano, 16 de maio de 2025

Papa Leão XIV posa para fotos durante reunião com diplomatas mundiais no Vaticano, 16 de maio de 2025

Foto: via REUTERS – Vatican Media / RFI

O novo pontífice, de origem francesa e italiana, nascido nos EUA e naturalizado peruano, se apresentou como “descendente de imigrantes” e fez um apelo pela “compaixão e solidariedade” com os deslocados.

Leão XIV lembrou sua passagem pela “América do Norte, América do Sul e Europa”, uma trajetória que evidencia, segundo ele, “sua aspiração de transcender as fronteiras para encontrar-se com pessoas e culturas diferentes”.

Durante seu discurso, o novo papa também reafirmou a postura tradicional da igreja contra o aborto e sobre o casamento, o definindo como “uma união estável entre um homem e uma mulher”. Ele ainda destacou a importância da família como base da harmonia social.

O novo pontífice também citou a luta contra as desigualdades globais e as condições de trabalho indignas. Ele explicou que escolheu seu nome em referência a Leão XIII, autor da encíclica Rerum Novarum, de 1891, que estabeleceu as bases da doutrina social da igreja no contexto da Revolução Industrial.

Referindo-se aos “desafios do nosso tempo”, o papa também mencionou pela primeira vez a causa ecológica, e a “salvaguarda da nossa amada Terra”, e voltou a defender o uso ético da inteligência artificial — tema que tem abordado desde sua eleição, em 8 de maio.

Leão XIV também defendeu a revitalização da diplomacia multilateral e das instituições internacionais, pedindo desarmamento, diálogo inter-religioso e respeito pleno à liberdade religiosa. Pouco antes, o embaixador de Chipre, George Poulides, afirmou que a humanidade vive “um tempo cada vez mais complexo, frágil, desorientado e em busca de refúgio”.

Missa no domingo marca início do pontificado

A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 184 Estados, e 90 deles têm representação oficial em Roma, além da União Europeia e da Ordem Soberana de Malta.

No domingo anterior, Leão XIV já havia convocado “as pessoas importantes do mundo” a pôr fim às guerras, principalmente na Ucrânia e em Gaza, retomando a expressão “Terceira Guerra Mundial em pedaços”, que foi usada com frequência pelo papa Francisco.

A missa inaugural que marca o início do pontificado de Leão 14 será celebrada neste domingo (18), em Roma, com a presença de diversas autoridades, entre elas o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance.

Com informações da AFP



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