Os Estados Unidos iniciarão discussões com aliados europeus para reduzir as tropas norte-americanas na Europa ainda este ano, disse nesta sexta-feira o embaixador dos EUA na Otan, Matthew Whitaker.
Questionado sobre um relatório de que o governo Trump está considerando retirar tropas da Europa, Whitaker disse que “nada foi determinado”.
“Mas assim que fizermos isso, teremos essas conversas na estrutura da Otan”, disse ele. “Certamente será depois da cúpula, em algum momento no final do ano, que iniciaremos essas conversas… Todos os nossos aliados estão prontos para isso”, acrescentou, referindo-se à cúpula da Otan em Haia, em junho.
Em uma conferência de segurança na Estônia, Whitaker disse que os EUA conversarão sobre quaisquer mudanças de tropas com os aliados para evitar brechas na segurança.
“São mais de 30 anos de desejo dos EUA (de reduzir tropas na Europa). O presidente Trump acabou de dizer: chega, isso vai acontecer e vai acontecer agora, vai ser organizado, mas não vamos ter mais paciência para enrolar nessa situação… Precisamos apenas lidar com as consequências práticas”, afirmou Whitaker.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, havia dito aos aliados da Otan em fevereiro que “duras realidades estratégicas impedem que os Estados Unidos da América se concentrem principalmente na segurança da Europa”.
Já o jornal The Atlantic noticiou em março que Hegseth e o vice-presidente J.D. Vance haviam reclamado de aliados europeus em um grupo de bate-papo. Hegseth expressou sua “aversão ao parasitismo europeu”, segundo o jornal.
Tais comentários alimentaram os temores na Europa sobre o comprometimento dos EUA com a Otan, assim como as ameaças de Trump de não proteger os membros que gastam muito pouco em defesa e sua relutância em continuar apoiando a luta da Ucrânia contra a Rússia.
Whitaker disse que os EUA não estão se retirando: “Os Estados Unidos permanecerão nesta aliança e seremos um grande amigo e um grande aliado”.