Grupo de ajuda apoiado pelos EUA começará trabalho em Gaza até fim de maio

Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





Uma organização humanitária apoiada pelos Estados Unidos disse nesta quarta-feira que começará operações em Gaza até o fim de maio e pediu a Israel que permita o início do envio da ajuda desde já, seguindo os procedimentos existentes até que sua estrutura esteja montada.

Nenhuma ajuda humanitária foi entregue a Gaza desde 2 de março, e um monitor global da fome alertou que meio milhão de pessoas — um quarto da população local — estão passando fome. Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, as entregas de ajuda têm sido feitas por organizações internacionais e agências da Organização das Nações Unidas (ONU).

A recém-criada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), em vez disso, distribuirá ajuda em Gaza a partir dos chamados locais de distribuição segura, mas disse que o plano atual de Israel de permitir apenas alguns desses pontos no sul de Gaza precisa ser ampliado para incluir o norte.

“A GHF enfatiza que uma resposta humanitária bem-sucedida deve, cedo ou tarde, incluir toda a população civil de Gaza”, escreveu o diretor-executivo da fundação, Jake Wood, em uma carta ao governo israelense.

“A GHF solicita respeitosamente que as Forças de Defesa de Israel (IDF) identifiquem e eliminem conflitos em locais suficientes no norte de Gaza capazes de abrigar pontos de distribuição seguros operados pela GHF que possam operar dentro de 30 dias”, escreveu.

Wood pediu a Israel que facilite o fluxo de ajuda suficiente “usando os mecanismos existentes” até que a infraestrutura de distribuição da GHF esteja totalmente operacional, afirmando que isso é essencial para “aliviar a pressão humanitária contínua, bem como diminuir a pressão sobre os locais de distribuição durante nossos primeiros dias de operação”.

A empresa de segurança norte-americana UG Solutions e a Safe Reach Solutions, com sede nos EUA, de logística e planejamento, estariam envolvidas nas operações da fundação, disse uma fonte familiarizada com os planos, falando sob a condição de anonimato.

PREOCUPAÇÃO

Após o anúncio da GHF, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) disse que as preocupações com a distribuição de ajuda continuam.

“A ajuda humanitária não deve ser politizada nem militarizada. O nível de necessidade entre os civis em Gaza neste momento é esmagador, e a ajuda precisa ser autorizada a entrar imediatamente e sem impedimentos”, disse o porta-voz do CICV, Steve Dorsey.

Israel acusou o Hamas de roubar a ajuda, o que o grupo militante palestino nega, e está bloqueando as entregas humanitárias até que o Hamas liberte todos os reféns restantes.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, disse mais cedo nesta quarta-feira que Israel endossou o que ele chamou de “plano humanitário norte-americano”. A missão de Israel na ONU não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a carta de Wood.



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