Israel deve ouvir “apelo internacional” e encerrar guerra em Gaza, diz chanceler francês

Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve atender ao apelo quase unânime da comunidade internacional para colocar um fim à guerra na Faixa de Gaza, afirmou nesta sexta-feira (16) o ministro francês da Europa e das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, durante uma entrevista ao canal France 2.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve atender ao apelo quase unânime da comunidade internacional para colocar um fim à guerra na Faixa de Gaza, afirmou nesta sexta-feira (16) o ministro francês da Europa e das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, durante uma entrevista ao canal France 2.




Campo de Jabalia após ataques israelenses na noite de 13 a 14 maio.

Campo de Jabalia após ataques israelenses na noite de 13 a 14 maio.

Foto: AFP – BASHAR TALEB / RFI

O chanceler francês também disse que Israel deve “permitir a entrada de ajuda humanitária, água e alimentos em Gaza sem qualquer obstáculo ou demora”.

Segundo ele, “há 9.000 crianças acolhidas nos hospitais que ainda funcionam em Gaza desde o início do ano, por desnutrição. Essa situação é inaceitável”, declarou.

A França está mobilizada para “responder à crise humanitária”, disse Barrot. Ele também lembrou que Paris sediou uma conferência internacional um mês após o início da guerra, que arrecadou 1 bilhão de euros para Gaza.

O Exército israelense realizou novos ataques na quinta-feira (15), matando pelo menos 85 pessoas, segundo equipes de resgate locais, e pelo menos 50 pessoas morreram nesta sexta-feira em bombardeios israelenses no norte do território, segundo a Defesa Civil em Gaza. As buscas por vítimas continuam.

“A ocupação israelense bombardeou a casa ao lado da minha enquanto os moradores ainda estavam dentro”, disse Youssef al-Sultan, morador de Beit Lahia. Ele relatou ataques aéreos, de artilharia e drones. “Há uma onda massiva de deslocamento de civis. Somos tomados pelo medo e o pânico durante a noite.”   

A guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas já dura 19 meses e a distribuição de ajuda humanitária foi interrompida em 2 de março. Ela é considerada vital para os 2,4 milhões de habitantes do território.

Em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta sexta que a situação em Gaza, onde moradores estão “morrendo de fome”, será “resolvida”.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse estar “aberto a novas ideias” para levar ajuda a Gaza, após críticas internacionais a um plano apoiado por Washington e Tel Aviv.

Famílias de reféns pedem ação

Após romper uma trégua de dois meses, Israel retomou a ofensiva na Faixa de Gaza em 18 de março, com o objetivo de obter a libertação de todos os reféns sequestrados pelo movimento Hamas em 7 de outubro de 2023.

Durante a ofensiva do movimento palestino, que desencadeou a guerra em Gaza, foram sequestrados 251 israelenses. Deles, 57 permanecem em cativeiro em Gaza. Segundo o Exército do país, 34 estão mortos.

O ataque do Hamas matou 1.218 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais. Já a ofensiva israelense deixou pelo menos 53.000 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas. A ONU considera o número confiável.

A principal associação de famílias de reféns israelenses pediu nesta sexta-feira que Netanyahu não perca uma “oportunidade histórica” para libertar os sequestrados em Gaza.

“As famílias acordaram com o coração pesado e grande preocupação diante da escalada dos ataques e do fim da visita do presidente Trump à região”, disse o Fórum de Famílias de Reféns em nota.

“Vivemos horas dramáticas que determinarão o futuro de nossos familiares. Perder essa oportunidade histórica seria um imenso fracasso”, afirmou o grupo, pedindo que Netanyahu “una forças com Trump” para garantir a libertação dos reféns.

(Com AFP)



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