Leão XIV defende desarmamento e diálogo para superar conflitos

Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





Papa fez apelo durante encontro com membros de Corpo Diplomático

16 mai
2025
– 07h43

(atualizado às 08h22)

Em seu primeiro encontro com os membros do Corpo Diplomático junto da Santa Sé, o papa Leão XIV apelou nesta sexta-feira (16) ao desarmamento global e defendeu o reforço do diálogo “multilateral” para superar os conflitos.

Durante a audiência realizada na Sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano, Robert Francis Prevost enfatizou que é possível “erradicar as premissas de todo conflito e todo desejo destrutivo de conquista”, desde que haja “um desejo sincero de diálogo, animado pelo desejo de encontro em vez de conflito”.

“Nessa perspectiva, é necessário dar nova vida à diplomacia multilateral e às instituições internacionais que foram desejadas e concebidas, antes de tudo, para resolver disputas que possam surgir no seio da comunidade internacional”, afirmou.

O novo pontífice também reforçou os apelos de Francisco em favor de um desarmamento global, pedindo que os líderes políticos assumam a “vontade de parar de produzir instrumentos de destruição e de morte”.

Em seu discurso, Leão XIV também destacou a paz, a justiça e a verdade como “pilares da ação missionária da Igreja e do trabalho da diplomacia da Santa Sé”.

O Santo Padre alertou que a paz não é “a mera ausência de guerra e conflito” nem “uma simples trégua, um momento de descanso entre uma disputa e outra, porque, por mais que tentemos, as tensões estão sempre presentes, um pouco como brasas ardendo sob as cinzas, prontas para reacender a qualquer momento”.

Prevost disse aos embaixadores que se trata, em vez disso, de “um dom ativo e envolvente, que interessa e envolve cada um de nós, independentemente de nossas origens culturais e afiliações religiosas, e que exige, antes de tudo, um trabalho sobre nós mesmos”.

“A paz constrói-se no coração e a partir do coração, erradicando o orgulho e as pretensões, e medindo a linguagem, pois também com as palavras se pode ferir e matar, não só com as armas”, enfatizou.

Por fim, o norte-americano destacou a importância do diálogo entre religiões, para promover “contextos de paz” e lembrou que seu pontificado “começa no coração de um Ano Jubilar, dedicado de modo particular à esperança.

“Isto exige, evidentemente, o pleno respeito pela liberdade religiosa em todos os países, uma vez que a experiência religiosa é uma dimensão fundamental da pessoa humana, sem a qual é difícil, se não impossível, alcançar a purificação do coração necessária para construir relações de paz”, ressaltou.

De acordo com ele, vivemos “um tempo de conversão e renovação e, sobretudo, uma oportunidade para deixar para trás as disputas e começar um novo caminho, animado pela esperança de poder construir, trabalhando juntos, cada um segundo suas sensibilidades e responsabilidades, um mundo no qual cada um possa realizar sua humanidade na verdade, na justiça e na paz”.

“Espero que isso possa acontecer em todos os contextos, começando pelos mais difíceis, como na Ucrânia e na Terra Santa”, concluiu. 



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