Medida sobre Israel gera briga em comissão parlamentar na Itália

Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





Deputados aprovaram compra de itens tecnológicos de israelenses

Uma sessão da Comissão de Defesa da Câmara dos Deputados da Itália foi marcada por momentos de tensão nesta terça-feira (20), antes de um programa que prevê a compra de instrumentos tecnológicos de empresas israelenses receber o sinal verde dos parlamentares.

    Diante da guerra deflagrada na Faixa de Gaza, a oposição, em particular o deputado da coligação Aliança Verdes e Esquerda (AVS), Marco Grimaldi, pediu a suspensão da medida, que foi aprovada pela maioria.

    Apesar de estar presente na reunião, mesmo sem ter participado dela, Grimaldi dirigiu duras acusações à maioria dos deputados, gritando: “Vocês são péssimos”.

    Na sequência, ocorreu um acalorado confronto verbal com a maioria, principalmente contra alguns membros do partido Irmãos da Itália (FdI), da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

    Logo depois, o deputado da AVS, usando um keffiyeh (lenço utilizado no Oriente Médio) no pescoço, gritou para “interromper toda atividade comercial” com Israel, já todos “acabaram de votar – não em nosso nome – luz verde para a compra de ferramentas para segurança cibernética”.

    “O vice-presidente da Câmara acabou de me dizer: ‘Estamos comprando de Israel uma tecnologia necessária para a nossa segurança, que não mata crianças’. Mas você consegue imaginar comprar um parafuso sequer de alguém que comete crimes de guerra? Não nos sentimos enojados?”, questionou.

    Grimaldi apelou para o governo italiano não comprar “nada de alguém que deseja o extermínio de um povo”.

    Com a votação encerrada, o Partido Democrático (PD) também se posicionou oficialmente contra “a medida do governo que autoriza a compra de tecnologias militares de Israel”, porque “esta é uma escolha que consideramos equivocada e politicamente míope, especialmente à luz da dramática escalada em curso na Faixa de Gaza”, segundo os membros da legenda.

    A sigla de oposição também destacou “a necessidade de uma reflexão política mais ampla” sobre o assunto e pediu que “o Parlamento seja colocado em posição de avaliar com plena consciência as implicações políticas, éticas e estratégicas de decisões deste tipo”.

    Já o Movimento 5 Estrelas (M5S) criticou o programa, que “foi votado e aprovado apenas com os votos de uma maioria governamental vergonhosa”, e acusou o governo de, “como demonstrado pelos 155 milhões em importações de guerra israelenses no ano passado, não ter vergonha de financiar o complexo industrial militar israelense que está realizando o genocídio desumano em Gaza”. .



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