Pessoas em 70 países estão deixando de receber cuidados médicos em meio a cortes de financiamento, diz OMS

Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





Pessoas em pelo menos 70 países estão deixando de receber tratamento médico devido a cortes no financiamento de programas de ajuda, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira, acrescentando que também enfrenta grandes desafios financeiros.

“Os pacientes estão deixando de receber tratamentos, instalações de saúde fecharam, profissionais de saúde perderam seus empregos e pessoas enfrentam um aumento nos gastos com saúde”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um discurso na Assembleia Mundial da Saúde.

Atualmente, a OMS está enfrentando um buraco de US$600 milhões em seu orçamento anual e cortes de 21% no próximo período de dois anos.

Centenas de funcionários da OMS estão se juntando a doadores e diplomatas em Genebra, a partir desta segunda-feira, para discutir como lidar com crises, desde mpox até cólera, sem seu principal financiador, os Estados Unidos.

Enquanto os Estados Unidos se preparam para deixar a organização, a China deve se tornar o maior fornecedor de taxas estatais — uma das principais fontes de financiamento da OMS, juntamente com as doações.

“Muitos ministros me disseram que cortes repentinos e acentuados na ajuda bilateral estão causando graves perturbações em seus países e colocando em risco a saúde de milhões de pessoas”, acrescentou Tedros.

Tedros disse que os Estados deveriam considerar a possibilidade de gastar mais dinheiro em saúde global, em um momento em que os gastos com defesa estão aumentando: “Os países gastam grandes somas para se protegerem contra ataques de outros países, mas relativamente pouco para se protegerem de um inimigo invisível que pode causar muito mais danos.”

A OMS revisou para baixo seu orçamento para 4,2 bilhões de dólares para os próximos dois anos — 2,1 bilhões por ano.

“2,1 bilhões de dólares é o equivalente a um gasto militar global a cada oito horas”, afirmou Tedros aos delegados.

Ele acrescentou que a OMS já tomou medidas para reduzir sua força de trabalho, seu orçamento e o escopo de seu trabalho. Na semana passada, ela cortou metade de sua equipe de liderança sênior.



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