As tensões aumentaram na capital administrativa da Bolívia, La Paz, nesta sexta-feira, quando os partidários do ex-presidente Evo Morales se reuniram em frente ao tribunal eleitoral, exigindo sua reintegração como candidato na corrida presidencial deste ano.
O tribunal constitucional da Bolívia confirmou nesta semana a decisão de um tribunal inferior que proibiu os presidentes de exercerem mais de dois mandatos, na prática impedindo Morales de concorrer ao que seria seu quarto mandato.
Houve confrontos entre os manifestantes e a polícia, que lançou gás lacrimogêneo e disparou paintballs para dispersar a multidão.
“Veja o que eles estão fazendo conosco”, disse o manifestante Jorge Aduviri. “Há crianças aqui, idosos e mulheres grávidas.”
Entre os manifestantes, mulheres indígenas se ajoelharam em sinal de desafio, enquanto outras entoavam palavras de ordem contra o atual governo.
Morales, um ex-agricultor de coca indígena que liderou a Bolívia por quase 14 anos, deixou o poder sob suspeitas em novembro de 2019, depois de concorrer a um quarto mandato sem precedentes em uma eleição marcada por alegações de fraude.
“Não temos dinheiro”, disse a manifestante Flora Quispe. “Queremos que Evo seja presidente novamente!”