19 mai
2025
– 14h24
(atualizado às 14h59)
O presidente russo, Vladimir Putin, após uma ligação com o presidente dos EUA, Donald Trump, nesta segunda-feira, disse que os esforços para acabar com a guerra na Ucrânia estavam no caminho certo e que Moscou está pronta para trabalhar com a Ucrânia em um memorando sobre um futuro acordo de paz.
Putin agradeceu a Trump por apoiar a retomada das conversações diretas entre Moscou e Kiev, e disse que Trump notou o apoio da Rússia à paz, embora a questão-chave fosse como avançar em direção à paz.
“Concordamos com o presidente dos Estados Unidos que a Rússia proporá e está pronta para trabalhar com o lado ucraniano em um memorando sobre um possível futuro acordo de paz, definindo uma série de posições, como, por exemplo, os princípios do acordo, o momento de um possível acordo de paz”, disse Putin a repórteres perto do resort de Sochi, no Mar Negro.
Ele disse que, como parte desse trabalho, os dois países teriam que definir um possível cessar-fogo, incluindo seu cronograma. A Ucrânia, seus aliados europeus e os Estados Unidos pediram a Putin que aceitasse um cessar-fogo imediato e incondicional com duração de pelo menos 30 dias.
Putin acrescentou que a realização de conversações diretas entre a Rússia e a Ucrânia “dá motivos para acreditar que estamos, em geral, no caminho certo”.
“Gostaria de observar que, de modo geral, a posição da Rússia é clara. O principal para nós é eliminar as causas fundamentais dessa crise”, disse Putin. “Só precisamos determinar as formas mais eficazes de avançar em direção à paz.”
Os líderes europeus dizem que Putin não está sendo sério sobre a paz, embora temam que Trump e ele possam forçar um acordo de paz punitivo a Kiev que deixará a Ucrânia essencialmente despojada de um quinto de seu território e sem uma forte garantia de segurança contra um possível ataque futuro da Rússia.
O ex-presidente dos EUA Joe Biden, os líderes da Europa Ocidental e a Ucrânia classificaram a invasão russa como uma apropriação de terras no estilo imperial e prometeram repetidamente derrotar as forças russas que, segundo eles, poderiam um dia atacar a Otan, uma alegação negada por Moscou.
Putin apresenta a guerra como um momento decisivo nas relações de Moscou com o Ocidente, que, segundo ele, humilhou a Rússia após o colapso da União Soviética em 1991, ampliando a Otan e invadindo o que ele considera a esfera de influência de Moscou, incluindo a Ucrânia.