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  • Último dia de despedidas a Mujica terá presença de Lula

    Último dia de despedidas a Mujica terá presença de Lula

    Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





    Velório aberto ao público será retomado na manhã desta quinta-feira (15) e não tem hora para terminar.



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  • Incêndio destrói escola municipal na Tijuca | Rio de Janeiro

    Incêndio destrói escola municipal na Tijuca | Rio de Janeiro

    Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





    “Ela atendeu, foi lá dentro, verificou que realmente estava pegando fogo, parece que iniciou segundo ela na cozinha, houve um curto-circuito e ela entrou em desespero, nisso eu fiz uma nova ligação, e logo em seguida eles vieram”, contou Claudia Motta, que é cuidadora de pet e mora ao lado da escola.



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  • Sem Putin, delegação russa desembarca em Istambul para negociações de paz com a Ucrânia

    Sem Putin, delegação russa desembarca em Istambul para negociações de paz com a Ucrânia

    Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





    A delegação enviada pelo presidente russo, Vladimir Putin, desembarcou nesta quinta-feira (15) em Istambul, na Turquia, para as primeiras negociações diretas com a Ucrânia desde o início da guerra. O chefe do Kremlin parece não ter atendido à convocação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para participar presencialmente do encontro. Até o momento, não há definição de local e horário para as conversas.

    15 mai
    2025
    – 06h45

    (atualizado às 06h58)




    Militares turcos diante da porta de entrada do Palácio Dolmabahçe, em Istambul, que deve acolher as negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia nesta quinta-feira, 15 de maio de 2025.

    Militares turcos diante da porta de entrada do Palácio Dolmabahçe, em Istambul, que deve acolher as negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia nesta quinta-feira, 15 de maio de 2025.

    Foto: REUTERS – Leonhard Foeger / RFI

    A delegação enviada pelo presidente russo, Vladimir Putin, desembarcou nesta quinta-feira (15) em Istambul, na Turquia, para as primeiras negociações diretas com a Ucrânia desde o início da guerra. O chefe do Kremlin parece não ter atendido à convocação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para participar presencialmente do encontro. Até o momento, não há definição de local e horário para as conversas.

    O avião transportando a delegação russa aterrissou nesta manhã na Turquia, sem Putin. Segundo as agências de notícias do país, o nome do presidente da Rússia não consta da lista de participantes publicada na noite de quarta-feira (14) pelo Kremlin. 

    Antes do início dos diálogos entre as delegações russas e ucranianas, Zelensky se reúne com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara. Apenas depois deste primeiro compromisso ele “decidirá as próximas etapas”, afimou uma fonte de Kiev à AFP. O presidente ucraniano sugeriu no último domingo (11) que só aceitaria discutir sobre um acordo de paz na presença de Putin.

    Centenas de jornalistas aguardam em frente ao Palácio de Dolmabahçe, em Istambul, que vai acolher o encontro. Barreiras de segurança foram instaladas em torno da entrada do local para a chegada das delegações.

    No entanto, até o momento, não há definição sobre o horário da reunião entre as delegações da Rússia e da Ucrânia. Mídias turcas afirmam que as negociações começariam às 10h locais (4h em Brasília), mas agências de notícias russas indicam que o compromisso está marcado para a tarde. O porta-voz da presidência ucraniana, Serguiï Nykyforov, denunciou “falsas informações” da parte de Moscou sobre a hora e o local da reunião. 

    Até o final desta manhã, Kiev não havia divulgado a composição precisa dos participantes enviados à Turquia. Em um comunicado, o Kremlin indicou o conselheiro presidencial, Vladimir Medinski, e o vice-ministro de relações exteriores, Mikhail Galouzine, como representantes.

    Iniciativa russa

    A ideia das negociações foi lançada pela Rússia após europeus e americanos terem proposto um cessar-fogo no conflito, ignorado pelo Kremlin. Os dois países em guerra têm defendido suas prioridades: Moscou exige que a Ucrânia renuncie a entrada na Otan e exige manter sob seu domínio os territórios anexados, enquanto Kiev pede “garantias de segurança” aos países ocidentais para evitar novos ataques e que todo o exército russo se retire de seu território. 

    O presidente americano, Donald Trump, que pressiona os dois países inimigos a encontrarem uma saída rapidamente, realiza um giro pelo Oriente Médio, e está em Doha, no Catar, nesta quinta-feira. O chefe da Casa Branca afirmou que poderá viajar a Istambul na sexta-feira (16), se houver avanço nas negociações. O enviado especial de Washington, Steve Witkoff, e o emissário americano para a Ucrânia, Keith Kellogg, devem representar os Estados Unidos na reunião. 

    O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, se declarou “prudentemente otimista” sobre as negociações. “Progressos podem acontecer nas duas próximas semanas”, afirmou, dizendo que “a bola está claramente no campo da Rússia”. 

    Desconfiança na Rússia

    Em entrevista ao jornal Le Monde, o chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy Yermak defende um cessar-fogo imediato. “É impossível negociar se você é atacado por mísseis e por drones”, diz.

    Segundo ele, é difícil confiar na Rússia. “Putin pessoalmente decidiu começar a guerra e ele continua a matar nosso povo, nossas crianças. Mas queremos acabar com esta guerra e estamos prontos a aceitar qualquer formato de negociação”, explica.   

    A ausência de Putin dos primeiros diálogos desde o início do conflito é analisada pelo jornal Libération. “Não comparecer à reunião que ele mesmo propôs, esperando que Zelensky desistisse devido à falta de um cessar-fogo prévio, demonstra que, na realidade, [o presidente russo] está procrastinando, pois não tem desejo de parar a guerra”, avalia o consultor sênior do Instituto Internacional dos Estudos Estratégicos, François Heisbourg. 

    O especialista acredita que a ausência do líder russo “terá um efeito desastroso sobre os europeus, os americanos e provavelmente a população russa”. Por outro lado, a presença de Putin nas negociações seria, segundo Heisbourg, “um ganho simbólico para Zelensky” como líder, já que o Kremlin o classifica de “fantoche dos americanos, um neonazista e um mafioso”.

    Para o analista, os fatos recentes mostram que os russos “não querem o cessar-fogo incondicional exigido por Trump e, portanto, estão tentando ganhar tempo, para dar a impressão de movimento e incomodar os americanos, mas sem ceder um centímetro”.

    (RFI com agências)



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  • Comissão do Ministério da Saúde é contra oferta do Wegovy e Saxenda no SUS; sociedade médica critica falta de opções de tratamento | Saúde

    Comissão do Ministério da Saúde é contra oferta do Wegovy e Saxenda no SUS; sociedade médica critica falta de opções de tratamento | Saúde

    Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





    Para Maria Edna de Melo, membro da Comissão de Relações Institucionais e Políticas Públicas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a decisão do Conitec preocupa porque os pacientes do SUS vão continuar sem acesso a tratamento por meio dos medicamentos. “O que se tem de tratamento estruturado para obesidade, hoje, é a cirurgia bariátrica, mas conseguir uma é muito difícil”, diz a especialista.



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  • Zonas militares dos EUA na fronteira com México geram confusão jurídica

    Zonas militares dos EUA na fronteira com México geram confusão jurídica

    Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





    Os casos de imigrantes pegos em novas zonas militares na fronteira entre os Estados Unidos e o México estão paralisados em meio a confusão jurídica, e advogados e um senador dos EUA levantaram preocupações nesta quarta-feira sobre se as pessoas realmente sabem quando estão entrando nas zonas.

    No início do mês passado, o Exército dos EUA estabeleceu as zonas no Novo México e no Texas como parte da repressão do presidente Donald Trump à imigração ilegal. As tropas têm permissão para deter invasores.

    Advogados de defesa afirmam que os migrantes adentram as zonas sem saber e os moradores locais temem ser acusados de invasão em áreas desérticas populares entre pessoas que fazem trilhas, ciclistas de montanha e caçadores.

    Em 1º de maio, um juiz dos EUA solicitou ao procurador dos EUA do Novo México que explicasse sua base legal para acusações contra migrantes pegos nas chamadas Áreas de Defesa Nacional.

    O secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse em uma publicação na mídia social em 9 de maio que os migrantes enfrentam acusações combinadas prevendo até 10 anos de prisão quando cruzam a fronteira ilegalmente em uma zona militar.

    Em uma carta enviada a Hegseth nesta quarta-feira, o senador norte-americano Martin Heinrich, democrata do Novo México, disse que as zonas militares levantam questões de acesso público para as pessoas que usam a área para recreação ao ar livre e pecuária. Ele perguntou se o Exército vai instalar placas para marcar os limites da zona do Novo México.

    Mais de 300 pessoas foram detidas na área militar do Novo México, de acordo com Heinrich.

    “Estou profundamente preocupado com o fato de o governo Trump estar ignorando o devido processo legal para indivíduos que, intencionalmente ou não, entram nessa nova área restrita”, escreveu.

    O Departamento de Defesa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.



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  • Mega-Sena pode pagar R$ 60 milhões nesta quinta-feira

    Mega-Sena pode pagar R$ 60 milhões nesta quinta-feira

    Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





    Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet.



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  • Como Itália, Reino Unido e Portugal estão restringindo nacionalidade, cidadania e imigração

    Como Itália, Reino Unido e Portugal estão restringindo nacionalidade, cidadania e imigração

    Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad








    Passaporte português

    Passaporte português

    Foto: Getty Images / BBC News Brasil

    Governos europeus anunciaram mudanças neste ano que dificultam a entrada de imigrantes em seus países.

    Nos últimos dois meses, Itália e Reino Unido anunciaram mudanças em regras de procedimentos de obtenção de vistos de trabalho, de residência ou de cidadadania. Já o governo em Portugal disse que pretende enviar um projeto para discussão no Parlamento após eleições que serão realizadas no domingo (18/05).

    No Reino Unido, o premiê Keir Starmer prometeu que fará cair “significativamente” o número de imigrantes que chegam ao país. Na Itália, um dos objetivos é estabelecer limites mais precisos e “evitar abusos”, como a “comercialização de passaportes”.

    Ao anunciar as mudanças nas regras para se obter cidadania italiana, em março, o vice-primeiro-ministro da Itália, Antonio Tajani, tinha em mãos folhas de papel com algumas propagandas de empresas do Brasil especializadas em obter cidadania italiana que ofereciam até mesmo “desconto Black Friday”.

    Tanto no caso da Itália como do Reino Unido, o objetivo é diminuir a imigração legal ao país — aquela feita através da obtenção de vistos, residências e cidadanias.

    Confira abaixo que está acontecendo com regras de imigração em Itália, Portugal e Reino Unido.

    Itália

    A Itália anunciou em março novas regras para quem pede cidadania italiana. A maoria das medidas novas já está em vigor.

    A partir de agora, apenas pessoas com pelo menos um dos pais ou um dos avós nascidos na Itália poderão se tornar cidadãos daquele país.

    Anteriormente, não havia esse limite geracional: caso a pessoa interessada em obter essa documentação conseguisse comprovar um vínculo com alguém nascido na Itália após março de 1861 (quando o Reino da Itália foi criado), ela tinha direito à cidadania.

    Segundo o governo italiano, o objetivo é “valorizar o vínculo efetivo entre a Itália e o cidadão residente no exterior”.

    As mudanças serão adotadas em duas fases.

    A primeira delas — que já entrou em vigor — prevê que os descendentes de italianos que nasceram no exterior serão considerados automaticamente cidadãos por apenas duas gerações.

    Ou seja, a partir de agora, somente os indivíduos com pelo menos um dos pais ou um dos avós italianos terão direito à cidadania.

    Na segunda fase do projeto, que já ganhou o sinal verde do governo italiano, serão implementadas medidas para que “cidadãos nascidos e residentes no exterior mantenham vínculos reais com a Itália ao longo do tempo”.

    Essas pessoas precisarão “exercer os direitos e os deveres de cidadão pelo menos uma vez a cada 25 anos”.

    Isso inclui votar, renovar o passaporte, atualizar a carteira de identidade italiana (carta d’identita) ou pagar impostos.

    Para cidadãos italianos nascidos no exterior, é obrigatório registrar a certidão de nascimento antes de completar 25 anos. Caso contrário, não será mais possível solicitar a cidadania italiana.

    O filho menor de pais cidadãos italianos, se não tiver nascido na Itália, só poderá adquirir a cidadania se residir na Itália por pelo menos dois anos, após declaração de intenção dos pais.

    Os interessados em obter documentos italianos não vão mais se dirigir aos consulados. Haverá um “escritório especial centralizado” no Ministério das Relações Exteriores do país, localizado em Roma.

    A perspectiva é que esse processo de transição até a criação do tal escritório leve um ano.

    Reino Unido

    O número que mede o movimento de imigração no país (entrada de imigrantes deduzida da saída definitiva de cidadãos britânicos) quadruplicou entre 2019 e 2023.

    O critério adotado pelo governo é manter a imigração daqueles que mais contribuem para o crescimento econômico, especialmente trabalhadores com qualificações maiores.

    O governo do Reino Unido apresentou ao parlamento projeto de lei modificando vários critérios para obtenção de vistos e residências no país:

    • Introdução de novos requisitos de proficiência em inglês, tanto para os requerentes principais quanto para seus dependentes.
    • Para os que pedem cidadania britânica, o período mínimo de residência exigido dobrou para 10 anos.
    • Requisitos mais rígidos para que instituições de ensino patrocinem vistos de estudantes internacionais. Graduados só poderão permanecer no Reino Unido após seus estudos por um período de 18 meses.
    • Fim do recrutamento no exterior para vistos de pessoas que trabalham com assistência social.
    • Aumento nos requisitos de trabalhadores qualificados. Nas palavras do governo britânico trabalhador “qualificado deve significar qualificado”. A imigração é limitada às ocupações em que há escassez de longo prazo. Haverá “rotas direcionadas para os talentos globais mais brilhantes”.
    • O governo prometeu maior rigidez na análise de situações complexas de família, em que dependentes recebem vistos. Segundo o governo, hoje há muitos casos que são tratados como “excepcionais”, em vez de haver regras claras.

    Portugal

    Portugal é outro país que estuda modificar suas regras de cidadania. Ao contrário do Reino Unido e Itália, no caso de Portugal as propostas ainda estão em análise.

    Portugal vai realizar eleições legislativas no domingo (18/05), e o partido governista PSD avisou que, caso se mantenha no poder, pretende enviar um projeto ao parlamento para ampliar o prazo para que imigrantes tenham direito a adquirir a nacionalidade portuguesa.

    O período exigido para residência em Portugal passaria para 10 anos.

    Não há maiores detalhes sobre o novo prazo ou como a medida seria aplicada — mas acredita-se que ela afetaria milhares de brasileiros que moram atualmente em Portugal.

    Além disso, neste mês, o governo de Portugal anunciou que vai notificar 18 mil imigrantes em situação ilegal para que deixem o país.

    O ministro da Presidência do governo português, António Leitão Amaro, afirmou que os imigrantes que deverão deixar o país tiveram os seus pedidos de residência negados pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (Aima), depois de um período de análise, por não cumprirem as regras locais.



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    Com envelhecimento da população, governo prevê que rombo no INSS vai quadruplicar em 75 anos

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    Sociedade brasileira está se tornando mais velha, e nascimentos não estão compensando na mesma proporção. Analistas apontam que nova reforma da Previdência será necessária no futuro.



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  • Lucía Topolansky, a mulher que foi ‘muito mais do que uma companheira’ para José Mujica

    Lucía Topolansky, a mulher que foi ‘muito mais do que uma companheira’ para José Mujica

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    Lucía Topolansky esteve ao lado do marido, José Mujica, até seu último dia de vida

    Lucía Topolansky esteve ao lado do marido, José Mujica, até seu último dia de vida

    Foto: AFP / BBC News Brasil

    Ultimamente, José Mujica se emocionava ao falar de sua esposa, Lucía Topolansky, que conheceu nos tempos da clandestinidade e seguiu ao seu lado até a morte, nesta terça-feira (13/05), aos 89 anos.

    “Lucía é muito mais do que uma companheira”, disse o ex-presidente uruguaio em uma entrevista para a BBC Mundo — serviço em espanhol da BBC — em novembro.

    Ele se referia ao amor e ao cuidado que Lucía lhe dedicou por décadas, sobretudo quando foi diagnosticado com um câncer de esôfago, há pouco mais de um ano, doença que se espalhou pelo corpo.

    Um amor que ela continuou lhe dando até seus últimos dias: “Estou há mais de 40 anos com ele e vou estar até o fim, foi isso que prometi”, declarou dias antes da morte de seu companheiro.

    Lucía nunca alcançou a fama internacional de Mujica, mas sua trajetória pessoal e alguns momentos marcantes que viveu junto ao marido têm contornos surpreendentes.

    ‘Atmosfera de perigo’

    Filha de um engenheiro civil e empresário da área de construção, Lucía Topolansky nasceu há 80 anos em uma família com boa condição econômica e estudou em um colégio de freiras dominicanas.

    Sua opção pela luta armada no fim da década de 60, que a fez abandonar os estudos de arquitetura e o movimento estudantil, surpreendeu seus familiares.

    Mas ela não foi a única: sua irmã gêmea, María Elia, também integrou o Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros (MLN-T).

    Nessa guerrilha urbana de esquerda, influenciada pela Revolução Cubana e pelo marxismo, Lucía participou de diferentes ações usando o nome falso “Ana”.

    Foi durante os tempos da clandestinidade que conheceu Mujica — que era nove anos mais velho do que ela e ocupava cargos de direção no MLN-T.



    Lucía cresceu em uma família com boas condições econômicas e recebeu educação religiosa

    Lucía cresceu em uma família com boas condições econômicas e recebeu educação religiosa

    Foto: Getty Images / BBC News Brasil

    Mujica contou que o primeiro encontro entre eles aconteceu em setembro de 1971, na noite em que ele escapou da prisão de Punta Carretas, em Montevidéu, por um túnel, com outros 105 tupamaros — uma das maiores fugas da história do sistema penitenciário uruguaio.

    “Ela estava com as pessoas que davam apoio do lado de fora. Tinham ocupado uma das casas por onde nós saímos do subsolo depois de cavar um túnel para fugir da prisão”, lembrou. “A vi quase por acaso, e seguimos a vida. Era muito bonita e jovem.”

    Lucía também tinha sido presa e escapado da prisão naquele ano, fugindo pelos esgotos da cidade com outras 37 presas. Chegou a fazer uma cirurgia para mudar parte do rosto e não ser recapturada.

    Em 1972, Mujica foi preso novamente, mas conseguiu fugir mais uma vez da prisão. Foi naquele ano que começou sua relação amorosa com Lucía.

    “Nos encontramos uma noite em que estávamos sendo perseguidos”, disse Mujica em entrevista à BBC em abril de 2023.

    “O ser humano, embora não saiba, quando vive uma atmosfera de perigo onde está em jogo cada passo da liberdade e da vida, se apega ao amor porque a natureza biológica nos impõe isso.”



    Lucía Topolansky era senadora e deu posse a Mujica quando ele se tornou presidente em 2010

    Lucía Topolansky era senadora e deu posse a Mujica quando ele se tornou presidente em 2010

    Foto: AFP / BBC News Brasil

    Em uma entrevista de anos atrás, Lucía reconheceu que os detalhes daquele primeiro encontro eram difíceis de lembrar por uma razão: “Parecia bastante com aqueles relatos de guerra, em que as relações humanas acontecem dentro de um contexto distorcido porque você está correndo, pode ser preso, podem te matar. Então não tem os parâmetros de uma vida normal.”

    Tanto Mujica quanto Lucía foram detidos novamente em 1972, um ano antes do golpe de Estado conduzido pelos militares. Permaneceram presos, foram torturados e viveram períodos de isolamento até 1985, ano em que o Uruguai voltou à democracia.

    “Tivemos que viver em condições absolutamente adversas”, disse Anahit Aharonian, uma militante tupamara que esteve presa com Lucía, durante uma conversa com a BBC Mundo em 2015.

    Ela lembrou que, em 1980, as irmãs Topolansky lhe bordaram, em segredo, um tapete com a palavra “Liberdade” escrita em armênio, o idioma dos pais de Aharonian, que ela ficou proibida de usar na prisão.

    Conseguiram tirar o tapete da prisão escondido dentro de um pacote, sem que os carcereiros descobrissem do que se tratava.

    ‘Sistemática como as abelhas’

    Mujica e Lucía Topolansky se reencontraram em março de 1985, quando recuperaram a liberdade por meio de uma anistia, e seguiram juntos desde então.

    “No dia seguinte, já começamos a procurar um lugar para juntar todos os companheiros e nos organizarmos. Era hora de voltar à militância”, relembrou Lucía em uma entrevista há cerca de um ano.

    “Não perdemos um minuto. E não paramos, porque, na realidade, essa é a nossa vocação. Esse é o sentido da nossa vida.”

    O casal se mudou para uma casa modesta em uma chácara de Rincón del Cerro, na zona rural de Montevidéu, onde plantaram e onde o ex-presidente morreu na terça-feira.

    Eles só se casaram oficialmente em 2005, em uma cerimônia íntima, quando Mujica já era uma figura cada vez mais popular no país, embora poucos suspeitassem que ele chegaria a ser presidente. E nessa mesma noite, foram a um comício político.

    “Unimos duas utopias: a utopia do amor e a utopia da militância”, disse Lucía, anos atrás, a um documentarista.

    Ao que tudo indica, ela soube do próprio casamento quando Mujica compartilhou a notícia em uma entrevista na televisão: “Ele disse ao jornalista que íamos nos casar. Eu estava vendo o programa e fiquei sabendo”, contou em uma entrevista em 2024.

    “Na realidade, só de velha que fui ceder”, acrescentou, rindo, sobre o fato de terem vivido por 20 anos sem oficializar a união.

    Nunca tiveram filhos, algo que explicam pelo fato de terem dado prioridade à guerrilha na juventude. Em vez disso, acolheram algumas famílias em sua chácara e tiveram vários cachorros, incluindo Manuela, que ficou conhecida como a mascote favorita de Mujica.



    Mujica e a esposa viveram juntos desde que foram soltos da prisão, em 1985

    Mujica e a esposa viveram juntos desde que foram soltos da prisão, em 1985

    Foto: AFP / BBC News Brasil

    A militância política continuou sendo o norte da vida dos dois, que fundaram o Movimento de Participação Popular e ajudaram a transformá-lo no maior grupo da coalização de esquerda Frente Ampla.

    Foi a própria Lucía que, como senadora mais votada, deu posse a Mujica quando ele assumiu a presidência em 2010, em um ato cheio de simbolismo dentro do Palácio Legislativo.

    Depois, o abraçou com seu braço direito e beijou sua bochecha, sorrindo.

    Lucía sobreviveu a um câncer de mama e, após o fim do mandato de Mujica, em 2015, foi candidata à prefeitura de Montevidéu, mas não conseguiu ser eleita.

    Em 2017, assumiu a vice-presidência do Uruguai após a renúncia de quem ocupava o cargo devido ao uso indevido de recursos públicos, e chegou a ocupar temporariamente a presidência quando o então presidente Tabaré Vazquez viajou ao exterior.



    Lucía e Mujica viveram 40 anos juntos em uma chácara na zona rural de Montevidéu

    Lucía e Mujica viveram 40 anos juntos em uma chácara na zona rural de Montevidéu

    Foto: Getty Images / BBC News Brasil

    Muitos a consideram menos pragmática, do ponto de vista ideológico, que seu marido, que evitava essa comparação e dizia que, na verdade, eram políticos diferentes.

    “Sim, talvez não tenha o carisma que eu tenho. Isso é provável”, admitiu Mujica em uma entrevista.

    “Agora, ela é sistemática como as abelhas. Uma dessas trabalhadoras infernais. Não dessas que fazem um feito histórico, mas dessas que levantam paredes.”

    Mujica dizia isso com a mesma admiração que expressou por Lucía até o fim da relação, contrastando a paixão que se supõe em uma relação amorosa na juventude com a “doce rotina” que ela representa na velhice, para evitar a solidão.

    “Tenho consciência de que boa parte da minha vida, hoje, eu devo a ela”, disse o ex-presidente do Uruguai em sua última entrevista à BBC Mundo.



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    Líder do Governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues diz que também tentará emplacar governista na presidência da comissão parlamentar de inquérito.



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