Em seu primeiro discurso para diplomatas de todo o mundo, nesta sexta-feira (16), no Vaticano, o papa Leão XIV afirmou que a dignidade dos migrantes deve ser respeitada e pediu aos países que interrompam a produção de armas, priorizando os esforços de paz.
Em seu primeiro discurso para diplomatas de todo o mundo, nesta sexta-feira (16), no Vaticano, o papa Leão XIV afirmou que a dignidade dos migrantes deve ser respeitada e pediu aos países que interrompam a produção de armas, priorizando os esforços de paz.
O novo pontífice, de origem francesa e italiana, nascido nos EUA e naturalizado peruano, se apresentou como “descendente de imigrantes” e fez um apelo pela “compaixão e solidariedade” com os deslocados.
Leão XIV lembrou sua passagem pela “América do Norte, América do Sul e Europa”, uma trajetória que evidencia, segundo ele, “sua aspiração de transcender as fronteiras para encontrar-se com pessoas e culturas diferentes”.
Durante seu discurso, o novo papa também reafirmou a postura tradicional da igreja contra o aborto e sobre o casamento, o definindo como “uma união estável entre um homem e uma mulher”. Ele ainda destacou a importância da família como base da harmonia social.
O novo pontífice também citou a luta contra as desigualdades globais e as condições de trabalho indignas. Ele explicou que escolheu seu nome em referência a Leão XIII, autor da encíclica Rerum Novarum, de 1891, que estabeleceu as bases da doutrina social da igreja no contexto da Revolução Industrial.
Referindo-se aos “desafios do nosso tempo”, o papa também mencionou pela primeira vez a causa ecológica, e a “salvaguarda da nossa amada Terra”, e voltou a defender o uso ético da inteligência artificial — tema que tem abordado desde sua eleição, em 8 de maio.
Leão XIV também defendeu a revitalização da diplomacia multilateral e das instituições internacionais, pedindo desarmamento, diálogo inter-religioso e respeito pleno à liberdade religiosa. Pouco antes, o embaixador de Chipre, George Poulides, afirmou que a humanidade vive “um tempo cada vez mais complexo, frágil, desorientado e em busca de refúgio”.
Missa no domingo marca início do pontificado
A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 184 Estados, e 90 deles têm representação oficial em Roma, além da União Europeia e da Ordem Soberana de Malta.
No domingo anterior, Leão XIV já havia convocado “as pessoas importantes do mundo” a pôr fim às guerras, principalmente na Ucrânia e em Gaza, retomando a expressão “Terceira Guerra Mundial em pedaços”, que foi usada com frequência pelo papa Francisco.
A missa inaugural que marca o início do pontificado de Leão 14 será celebrada neste domingo (18), em Roma, com a presença de diversas autoridades, entre elas o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance.
Com informações da AFP