
O papa Leão XIV celebrou, na manhã deste domingo, 18, a missa de inauguração de seu pontificado, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Durante a homilia, ele relembrou seu antecessor, Francisco, que morreu em 21 de abril de 2025, e falou sobre a união da Igreja, enfatizando que “é tempo de amar”.
“Irmãos, irmãs, esta é a hora do amor!”, disse o pontífice durante a homilia. “Com a luz e a força do Espírito Santo, construamos uma Igreja fundada no amor de Deus e sinal de unidade, uma Igreja missionária que abra os braços ao mundo, que anuncie a Palavra, que se deixe perturbar pela história e que se torne fermento de concórdia para a humanidade”, completou.
Em determinado momento do rito, o papa citou seu antecessor, Francisco, e foi interrompido pelos fiéis.
“Nestes últimos dias, vivemos um momento particularmente intenso. A morte do papa Francisco encheu nossos corações de tristeza e, naquelas horas difíceis, nos sentimos como aquelas multidões das quais o Evangelho diz que eram ‘como ovelhas sem pastor’”, declarou ele, sendo interrompido por uma salva de palmas.
Nos momentos seguintes, Leão XIV falou sobre a necessidade de um mundo sem guerras, citando também o esgotamento dos recursos naturais do planeta.
“Em nosso tempo, ainda vemos muita discórdia, muitas feridas causadas pelo ódio, pela violência, pelo preconceito, pelo medo do diferente, por um paradigma econômico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres. O ministério de Pedro é marcado precisamente por esse amor abnegado, porque a Igreja de Roma preside na caridade, e sua verdadeira autoridade é a caridade de Cristo. Nunca se trata de capturar os outros por meio da opressão, da propaganda religiosa ou de meios de poder, mas sempre e somente de amar como Jesus amou”.
A missa que marcou o início do pontificado de Leão XIV foi acompanhada por uma delegação de autoridades internacionais, como o presidente italiano Sergio Mattarella, a primeira-ministra Giorgia Meloni, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB), o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Durante a celebração, o cardeal filipino Luis Antonio Tagle aproximou-se de Leão XIV para a imposição das insígnias episcopais “petrinas”: o pálio e o Anel do Pescador. Os dois símbolos foram levados em procissão até o altar, na Praça São Pedro. Dentro do anel está gravado “Leão XIV”, enquanto, na parte externa, vê-se a imagem de São Pedro com as chaves e a rede. Visivelmente emocionado, o papa olhou várias vezes para o anel, piscando para conter as lágrimas e voltando o olhar para o céu.
Robert Francis Prevost é o primeiro papa norte-americano da história e passa a liderar a Igreja Católica, com seus 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo. Ele foi eleito após dois dias de conclave, após a morte de Francisco. Esta matéria contém informações da agência de notícias Ansa.
O papa Leão XIV receberá o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, neste domingo (18), no Vaticano, após a missa de posse que marcou oficialmente o início de seu pontificado, informou o boletim divulgado pela Santa Sé.
O encontro ocorrerá depois de Robert Francis Prevost ter citado a “martirizada Ucrânia” na recitação da oração Regina Coeli, na Praça São Pedro, e fazer um apelo por uma “paz justa e duradoura”. .
A Rússia lançou um violento ataque com quase 300 drones na madrugada de domingo (18), visando diversas regiões da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, onde uma pessoa morreu. Pouco depois, Vladimir Putin falou pela primeira vez desde a reunião frustrada entre Kiev e Moscou na Turquia, afirmando que queria “eliminar causas” do conflito.
Vladimir Putin insistiu, em declarações à televisão estatal russa neste domingo, que queria “eliminar as causas” do conflito, “criar as condições para uma paz duradoura” e “garantir a segurança do Estado russo”.
Segundo o presidente russo, seu exército tem “tropas e recursos suficientes” para atingir esse objetivo e ocupa quase 20% do território ucraniano que invadiu em fevereiro de 2022.
Nesta madrugada, a Rússia “atacou com 273 drones Shahed explosivos e drones usados como iscas” para atrair e abater aparelhos ucranianos, de acordo com a Força Aérea Ucraniana pela manhã. Segundo ela, 88 foram “destruídos” por suas defesas antiaéreas e outros 128 escaparam.
Na sexta-feira (16), as negociações de paz russo-ucranianas em Istambul, as primeiras desde 2022, mostraram o abismo entre as posições de Moscou e as de Kiev, cujo exército está sofrendo nas linhas de frente.
O número de 273 drones lançados é “um recorde”, lamentou a vice-primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, garantindo que “o objetivo da Rússia é claro: continuar massacrando civis”.
“Uma mulher morreu devido aos ferimentos, após um ataque inimigo no distrito de Obukhiv”, uma cidade ao sul de Kiev, segundo o chefe da administração militar regional, Mykola Kalashnyk, no Telegram. Ele acrescentou que três pessoas feridas foram hospitalizadas, incluindo uma criança de quatro anos.
O ataque atingiu principalmente “um prédio residencial”, denunciaram os serviços de emergência ucranianos em um comunicado.
Duas pessoas também ficaram “feridas” em um ataque de drone em Kherson, no sul do país, de acordo com autoridades municipais.
A ofensiva noturna da Rússia gerou uma avalanche de condenações por parte de autoridades ucranianas.
“Para a Rússia, as negociações de Istambul são apenas um disfarce, Putin quer guerra”, disse o braço direito de Volodymyr Zelensky, Andrii Yermak, chefe do gabinete presidencial.
“Este é o ‘verdadeiro desejo de paz’ de Putin”, disse Ruslan Stefanchuk, presidente da Rada, o parlamento ucraniano.
Por sua vez, o exército russo garantiu ter interceptado um total de 25 drones ucranianos durante a madrugada de domingo.
Na ausência de qualquer progresso significativo nas negociações por uma trégua, Donald Trump disse no sábado que falaria por telefone com Vladimir Putin na segunda-feira (19) para discutir o fim da guerra, antes de falar com Volodymyr Zelensky e vários líderes de estados-membros da OTAN.
O Kremlin confirmou à agência estatal TASS na noite de sábado que a conversa telefônica “estava em preparação”.
(Com AFP)
Na homilia da missa de inauguração de seu pontificado, na manhã deste domingo (18), na Praça São Pedro, no Vaticano, o papa Leão XIV disse que “é tempo do amor” e apelou para a Igreja abrir os braços ao mundo.
“Irmãos, irmãs, esta é a hora do amor!”, exclamou o pontífice no final de sua homilia, durante a missa que marcou o início de seu pontificado.
“Com a luz e a força do Espírito Santo, construamos uma Igreja fundada no amor de Deus e sinal de unidade, uma Igreja missionária que abra os braços ao mundo, que anuncie a Palavra, que se deixe perturbar pela história e que se torne fermento de concórdia para a humanidade”, pediu. .
Além de várias citações do Antigo Testamento (do livro de Jeremias), dos Evangelhos (de Mateus e João), dos Atos dos Apóstolos e da Primeira Carta de Pedro, o Papa Leão XIV também citou Santo Agostinho, de quem se declarou “filho” como membro da ordem agostiniana, e Leão XIII, o pontífice da ‘Rerum Novarum’, fundador da Doutrina Social da Igreja, de quem ele mesmo admite ter “tomado” o nome, durante sua homilia. .