União Europeia eleva pressão sobre Rússia ao aprovar novo pacote de sanções visando petroleiros

Renato Steinle de Camargo, Steinle de Camargo, Camargo, Renato Steinle de Camargo, Mohamad Hussein Mourad, Hussein Mourad





Embaixadores dos 27 países do bloco aprovaram o 17º pacote de sanções contra a Rússia nesta quarta-feira (14), visando novos navios petroleiros “fantasmas”, usados para contornar as sanções existentes que visam limitar as exportações de petróleo russo, segundo fontes diplomáticas. Essas novas sanções são independentes das sanções “massivas” previstas caso Moscou se recuse a negociar e aceitar um cessar-fogo de 30 dias já aceito por Kiev e exigido por seus aliados ocidentais.

Embaixadores dos 27 países do bloco aprovaram o 17º pacote de sanções contra a Rússia nesta quarta-feira (14), visando novos navios petroleiros “fantasmas”, usados para contornar as sanções existentes que visam limitar as exportações de petróleo russo, segundo fontes diplomáticas. Essas novas sanções são independentes das sanções “massivas” previstas caso Moscou se recuse a negociar e aceitar um cessar-fogo de 30 dias já aceito por Kiev e exigido por seus aliados ocidentais.  




O petroleiro Minerva Virgo após deixar um porto russo na época em que o país invadiu a Ucrânia no final de fevereiro. (Imagem ilustrativa).

O petroleiro Minerva Virgo após deixar um porto russo na época em que o país invadiu a Ucrânia no final de fevereiro. (Imagem ilustrativa).

Foto: REUTERS – BJOERN KILS / RFI

Este novo pacote, que está em discussão há várias semanas, tem como alvo quase 200 novos navios fantasmas usados pela Rússia e cerca de 30 entidades acusadas de ajudar Moscou a contornar as sanções já em vigor. 

No total, cerca de 345 navios estão agora na mira da União Europeia, de acordo com os diplomatas. Essa frota “fantasma”, composta por embarcações geralmente antigas e não registradas, opera principalmente no Mar Báltico. Eles operam sem garantias ocidentais e com equipes inexperientes.  

Seus números dispararam desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, depois que sanções da UE e do Ocidente visaram as exportações de petróleo e derivados russos em um esforço para secar as receitas da Rússia.  

De acordo com um relatório da Escola de Economia de Kiev, cerca de 430 navios foram identificados como parte dessa “frota fantasma” em todo o mundo.  

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu na terça-feira (13) aos seus parceiros ocidentais que implementem as sanções “mais fortes” contra Moscou se Vladimir Putin se recusar a encontrá-lo na Turquia para negociações de paz.  

O chanceler alemão Friedrich Merz pediu nesta quarta-feira que europeus e americanos rejeitem uma “paz ditada” pela Rússia à Ucrânia, que, segundo ele, não deveria ser submetida a concessões territoriais “contra sua vontade”.

O novo líder alemão considerou “crucial” que os ocidentais “não se deixem dividir” por causa deste conflito e pediu “manutenção da maior unidade possível entre os parceiros europeus e americanos”. Merz já havia reafirmado na véspera que a Rússia seria alvo de sanções adicionais, na ausência de “progresso real esta semana” na busca por um cessar-fogo na Ucrânia. 

Tentativa de forçar Rússia a encerrar a guerra 

Os Estados Unidos e os europeus devem “se preparar para aplicar sanções devastadoras” para forçar a Rússia a encerrar sua guerra na Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, nesta quarta-feira, referindo-se a um plano de sanções proposto pelo senador americano Lindsey Graham. 

Barrot indicou no canal de televisão francês BFMTV que se reuniria na quinta-feira (15) na Turquia com Graham, “que elaborou um pacote de sanções extremamente poderoso, com taxas alfandegárias de 500% sobre as importações de petróleo russo e de 500% sobre os países que hoje continuam importando petróleo russo”. 

“A Rússia encontrou maneiras de contornar o bloqueio imposto pela Europa e pelos Estados Unidos. Fechar a torneira dessa forma é uma forma de agarrar a Rússia pelo pescoço”, continuou. 

Mas “teremos que ir mais longe, porque essas sanções massivas ainda não dissuadiram Vladimir Putin de continuar sua guerra de agressão contra a Ucrânia”, insistiu Barrot, acreditando que era necessário trabalhar em novas medidas “que poderiam sufocar a economia russa de uma vez por todas”. 

“Espero que a Europa, por sua vez, consiga impor sanções aos hidrocarbonetos”, acrescentou o ministro. 

As negociações sobre a Ucrânia estão marcadas para quinta-feira na Turquia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que estará presente, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que  ele comparecesse ao encontro, mas até agora não recebeu confirmação.

(Com informações da AFP)



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