Os casos de imigrantes pegos em novas zonas militares na fronteira entre os Estados Unidos e o México estão paralisados em meio a confusão jurídica, e advogados e um senador dos EUA levantaram preocupações nesta quarta-feira sobre se as pessoas realmente sabem quando estão entrando nas zonas.
No início do mês passado, o Exército dos EUA estabeleceu as zonas no Novo México e no Texas como parte da repressão do presidente Donald Trump à imigração ilegal. As tropas têm permissão para deter invasores.
Advogados de defesa afirmam que os migrantes adentram as zonas sem saber e os moradores locais temem ser acusados de invasão em áreas desérticas populares entre pessoas que fazem trilhas, ciclistas de montanha e caçadores.
Em 1º de maio, um juiz dos EUA solicitou ao procurador dos EUA do Novo México que explicasse sua base legal para acusações contra migrantes pegos nas chamadas Áreas de Defesa Nacional.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse em uma publicação na mídia social em 9 de maio que os migrantes enfrentam acusações combinadas prevendo até 10 anos de prisão quando cruzam a fronteira ilegalmente em uma zona militar.
Em uma carta enviada a Hegseth nesta quarta-feira, o senador norte-americano Martin Heinrich, democrata do Novo México, disse que as zonas militares levantam questões de acesso público para as pessoas que usam a área para recreação ao ar livre e pecuária. Ele perguntou se o Exército vai instalar placas para marcar os limites da zona do Novo México.
Mais de 300 pessoas foram detidas na área militar do Novo México, de acordo com Heinrich.
“Estou profundamente preocupado com o fato de o governo Trump estar ignorando o devido processo legal para indivíduos que, intencionalmente ou não, entram nessa nova área restrita”, escreveu.
O Departamento de Defesa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.